- Área: 140 m²
- Ano: 2017
-
Fotografias:Ossip van Duivenbode, Vincent van Dordrecht
-
Fabricantes: Daas baksteen
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto skinnySCAR evidencia como podem ser utilizados os esquecidos espaços vazios da cidade. Toda cidade possui espaços negligenciados que podem receber um upgrade para completarem o tecido urbano, ao passo que criam possibilidades para novas formas de vida urbana. Os arquitetos enxergaram o potencial e o desafio de um espaço estreito com proporções extremas num antigo bairro de Roterdã. Em 2012 iniciaram o processo de compra do lote que não estava a venda, e recentemente acabaram todo o interior por conta própria.
O lote de 3,4 m de largura com 20 m de profundidade resultou em uma tipologia sobreposta e aberta, em um desafio construtivo. Sendo profundo e longo em relação à altura, uma fundação e estrutura massivas foram necessários, com duas lajes de concreto armado paralelas no interior da casa. Deste modo, as aberturas da fachada não estavam limitadas pelas restrições construtivas. Para criar espaços de estar tranquilos, os arquitetos concentraram todas as funções e serviços da habitação, assim como todas as instalações em dois volumes verticais no centro da casa, destacados das paredes laterais para enfatizar os 13 m de profundidade dos interiores e criar vistas surpreendentes em todas as direções. O conceito arquitetônico sublinha a divisão natural dos espaços de estar que se mesclam e estão sempre conectados vertical e horizontalmente. Ao localizar os volumes e escadaria próximo ao centro da casa, os espaços de estar íntimos estão face à via pública e o pátio coletivo ajardinado
A organização dos espaços de estar refletem seu uso ao longo do dia. No térreo estão uma entrada espaçosa e uma cozinha aberta, conectadas com o pátio coletivo ajardinado através de grandes portas de estar. O espaços de estar e biblioteca, principalmente utilizados à noite, estão no primeiro pavimento e possuem vistas para o exuberante jardim e para a rua. Um vazio na sala de estar conecta os espaços de estar no térreo com o primeiro pavimento - com possibilidade de estender uma rede e apreciar as vistas do jardim e do céu.
As janelas bay-windows da biblioteca se estendem para a rua e são profundas o suficiente para criarem um lugar para sentar e ler, emoldurando o tecido urbano. A parte mais privada da casa, dormitórios e banheiros, está posicionada no último pavimento. Uma abertura zenital sobre a banheira traz luz para a parte mais escura da casa.
Os materiais utilizados nos interiores são simples e naturais. Trazem calor e aconchego aos interiores sem dominar a percepção. Dois volumes verticais são revestidos em compensados de pinus que o casal de arquitetos puderam construir eles mesmos, e as lajes de concreto feitos in loco não recebem acabamento polido na superfície do teto para revelar os métodos construtivos. Manchas de ferrugem no teto de concreto são uma lembrança da estação úmida que foram moldados.
As fachadas de alvenaria e tijolos pretos são adaptadas para sua orientação: se abrem para o jardim com vidros no pé direito duplo e permanece mais fechadas em direção à rua. Os encaixes semelhantes a cobogós brasileiros funcionam como um véu que joga com a luz e sombra dos raios do sol. Elas apenas revelam as janelas ocultas voltadas para a rua durante a noite quando as luzes internas acendem. A fachada da rua é detalhada e materializada de tal modo que se inspira no tecido urbano do entorno do final do século XIX e início do XX. Apesar disso, a casa é contemporânea e possui sua identidade própria, com detalhes modernos, mas ainda destaca a história deste pequeno vazio no contexto urbano. O projeto transforma a maneira tradicional de viver e se adéqua aos habitantes e seu estilo de vida.